12 de abril de 2011

Sati

I.

Toque

do

despertador.

Desperta

dor.


II.

A

Boca

molhada

do

oco.


O eco

se dá

por um

triste

começo.


Por

um triz

te olho.

"Olhais a ti

no espelho?"


III.

A

mordaça

fúnebre.


IV.

Amor,

dá-se um

fim a mim

que não

reconheço.


Amordace

minha boca;

e o aniversário

deste casal,

é a boda de morte

que o vento

nupcial

sopra as sobras

da sua

sorte.


Entrelaçados,

entre laços

de sangue

que verto

digo que:

Agora dá-se

o fim.


Ou

um novo

começo..

2 comentários:

Débora Luise disse...

NOSSA! É surpreendente mesmo o tanto de talento que cabe em você. E, sim, tem muita relação com a Medéia, e também, pela disposição da forma tem muito a ver com o Heiner Müller, sem contar que o jogo entre palavras e sonoridade é interessantíssimo.

Amo você e admiro você!

Felipe Stella e Fábio Santana disse...

Salomé, gostei da disposição dos versos. O uso de versos curtos marcaram bem o ritmo do poema. Também admirei a separação das sílabas em palavras; esse jogo de palavras enriquecem bastante o seu texto. Mais do que tudo, prezo pela sua obra traduzir muito bem alguns sentimentos nada fáceis de expressar.
Parabéns!

Felipe Stella (Bar Secreto)