I.
Toque
do
despertador.
Desperta
dor.
II.
A
Boca
molhada
do
oco.
O eco
se dá
por um
triste
começo.
Por
um triz
te olho.
"Olhais a ti
no espelho?"
III.
A
mordaça
fúnebre.
IV.
Amor,
dá-se um
fim a mim
que não
reconheço.
Amordace
minha boca;
e o aniversário
deste casal,
é a boda de morte
que o vento
nupcial
sopra as sobras
da sua
sorte.
Entrelaçados,
entre laços
de sangue
que verto
digo que:
Agora dá-se
o fim.
Ou
um novo
começo..
2 comentários:
NOSSA! É surpreendente mesmo o tanto de talento que cabe em você. E, sim, tem muita relação com a Medéia, e também, pela disposição da forma tem muito a ver com o Heiner Müller, sem contar que o jogo entre palavras e sonoridade é interessantíssimo.
Amo você e admiro você!
Salomé, gostei da disposição dos versos. O uso de versos curtos marcaram bem o ritmo do poema. Também admirei a separação das sílabas em palavras; esse jogo de palavras enriquecem bastante o seu texto. Mais do que tudo, prezo pela sua obra traduzir muito bem alguns sentimentos nada fáceis de expressar.
Parabéns!
Felipe Stella (Bar Secreto)
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