23 de junho de 2012

Falta


Entre os amores, falta-me inspiração,
mas não me falta a dor.
Falta-me o ar e o coração,
mas não me falta o amor...
A inspiração doída,
vale mais que a força da rima das palavras.
A tristeza da poesia, é infinitamente mais bela
do que as mais belas expressões.
  
O poeta que se esgota de poesia,
esquece da alma.
Não é porque se esgota de alegria
que a agonia da falta de versos se instaura no branco papel.

Na sua cabeça se pinta um branco imenso e infinito
Nem os mares, nem a lua, nem a cidade, nem o céu...
É tudo vazio, como o papel sem tinta,

A fonte inesgotável da poesia, se esgotou
em uma noite fria 
e sem títulos bonitos, dignos de uma prosa...
Morrem agora como uma rosa, sem água e sem luz.
Murcham a beira dos dias, a cada hora mais mortos e sem vida.

O poeta sem inspiração, padece no branco de seu pensamento,
sem uma frase para relento, palavra ou soneto que reluz.
O poeta sem inspiração é o mais perdido dos homens,
e o mais sofrido dos espíritos que habitam o corpo sedento.

Se ex-poeta não existe, 
se torna tão infeliz quanto não saber falar à alma, 
Do que vive o coração vazio,
pois não sente o que passa á vida, nem a vida o sente rio.