21 de junho de 2016

Giz

Quantas pessoas o tempo já levou de mim

e meu coração não aprende a se fechar

quanto tempo, já levaram da minha alma,

as pessoas de coração fechado.


Eu sou apressada demais

ou o tempo do mundo, descompassado.


e as vezes que me alegrei

foi com medo de você partir

um novo de novo partindo

um coração de novo acabado

um pedaço de muro fechado

um muro de concreto bem alto


eu sou tão poroso quanto um giz.


o efêmero eu aprendi
depois que perdeu o sentido
dos meus sentidos infinitos


como um tormento
ou como uma paisagem

é o furacão destruidor
de extensão inalcançável

a tristeza indiferente
de quem começa tudo de novo

e o novo de novo

inclusive com o passado


é o inconstante constante

do meu tempo dilapidado.


é tão violento e rápido, quanto facilmente esquecido

são as armas do coração cansado

de tantos murros repetidos.


a celebração fúnebre do meu ritual de morte
para voltar a amar

e esquecer que aprendi, que o sofrimento,
as vezes

não vale a pena
dividir.