30 de novembro de 2010

4 segundos

princípio começo fim meio início final final final new começo half fim começo fim velho oi começo fim tarde princípio término talvez end sim começo princípio fim meio byel final manhã metade meio half fim meio final não princípio fim início meio fim velho oi começo metade final término vírgula end sim começo princípio meio final não tanta coisa começa e tanta coisa acaba e tanta coisa se perde e tanta dor se reinstaura e aqui no fim cronológico vejo tanta vida tanta vida curta passagens de acontecimentos como estrelas cadentes e acontece tudo tão rápido devagar queria poder dizer verdades ingênuas queria que esse gozo caótico encurtasse o tempo parece que apesar de muita coisa começar estou esperando a morte do velho e o renascimento regrado da alma ah ela está tão feliz que sorriso vida apaixonada pelos erros acertos e acontecimentos da sua vida entregue a paixão completa que delicia-se nos deslizes como um rito de passagem terminável e outorgado a solidão deixou de ser só não que eu não goste só não queria que fosse só ela dentro dela ilumina-se agora a vastidão do silêncio lindo vida princípio meio fim novo começo fim início metade final término princípio começo fim meio final final final new começo metade meio half fim começo princípio meio princípio término talvez end começo princípio meio fim velho oi começo fim tarde término talvez princípio end sim começo

3 de setembro de 2010

Primeiro Encontro

Ele leva

a luz de velas,

os olhos dela

pra alma dele.

Vê que a noite,

derrete ela.

Leva a menina,

a ver estrelas.

Lê-me as veias.

Vê ele,

Nela

Vê ela,

Nele.

Me vê acesa.

Apaga a vela.

Dorme Sol.

Levanta estrela.

Vela ela

insiste em vê-la

Até que ela

Veleje nele.

Se veja nela,

sede dele.

A seda, ela,

na boca dele.


Porém se,

sede só,

a noite inteira,

virara pó.


Ele ficou mergulhado nela

E ela, nos olhos dele.

A flor dos cabelos dela.

Ficou na cabeceira dele.


Ela plantou uma esperança

No canto da cabeça dele.

10 de agosto de 2010

A Foto

É como se o espelho tivesse congelado minhas próprias retinas
Como se eu tivesse me acostumado a ver o que não existe
Mas por uma noite, por algumas horas, depois de tantos dias;
pude sentir algo se derretendo nas minhas mãos
Cada vez menor e menor...só não se sabia quanto!

E um simples retrato, choca minha vista
Remexe meus órgãos, mata minha fome.
Não me acostumei a ser feliz
Dói uma dor de pena...pena por mim mesma ao ver a antiga carcaça pelos ares
E se rasga um medo misturado com ansiedade a esse novo mundo
de conquistas...cada vez maiores e eu nem imagino o quanto!

E de susto em susto, espero me acostumar comigo mesma.

Ou é tudo um frenesi?

23 de julho de 2010

Brincadeira de Criança

E o meu desgosto pesa água
E o meu medo pesa conta
A menina que chorou escondido
É triste e desaforada.

E o teu gosto leva mágoa
E o teu cheiro leva ponta
A vida implorou pro menino
Que ficasse com a navalha.

E o nosso corpo que incendeia
E o nosso espírito leva sonda
Esse menino e essa menina
Não passaram do "faz de conta".

23 de junho de 2010

Selvageria Rebuscada

A tua pálida vontade
inspira o desejo de
desmontar esse castelo torto de mármore,
arranhando, mordendo e sangrando tudo que for pedra.

Tuas duas luzes azuis,
faróis de gelo aceso
como a chama do fogo;
quente e invisível.

Cercado por seus primos erros,
que não passam de teimosia soberba;
gerada dos teus reis acertos.

E não importa o quanto seja
torto, vil e até asqueroso aos meus próprios olhares.
Mesmo assim cativas a dona destas linhas vagas e inúteis.

A indiferença que respira
é intermitente; e nos momentos de contração
derrete o meu cabelo e os meus olhos de terra
com suas trêmulas mãos e luzes azuis.

E mesmo essa palidez de espírito
não me aquieta a imaginação
dos teus cabelos sol, o teu rosto lua
e o teu corpo mármore desenhando linhas tortas
sobre o meu tímido arrepio,
entregue para o deleite da noite.

E o lugar certo para o teu corpo errado é na minha boca e nas minhas mãos.

13 de abril de 2010

O Que Reluz É Vento

De tantas vidas que se passaram
Entre toda enfermidade térrea
De tantas mãos que se seguraram nos mesmos restos
Por um tempo tão infindo como memórias
De poucas bocas que desfrutaram do mesmo sabor

Tudo morre e desintegra e as vidas escorrem, a terra fétida, as mãos apodrecem, a memória coagula, o sabor gangrena.
E o pó se esconde no ar e nos becos das ruas humanas.
Tudo o que é pó desaparece.
E por menor que seja o grão, a sobra, o precipitado
Se está lá, então valeu-se a vida.
Essencialmente vida.
Morta.

1 de abril de 2010

Sem Destinatário

Antes do show começar,
passa a maquiagem.
Tens a boca vermelha e sorrindo.

Na frente do público,
o espetáculo não pára.
Risadas, piadas, gargalhas.

Mais pipoca?

Sua desgraça nos faz rir.
Seus tombos e fracassos,
são comemorados pelo contingente.
A tragédia cansada, vira comédia.

Ninguém sabe. Segredo nosso.
Atrás da coxia lágrimas borram sua maquiagem;
E junto com seu cigarro, aquele sorriso se apagou.

Todo dia eu vivo e morro.
Ponho no rosto, um sorriso colorido.
Na gravata, um laço.

Mais pipoca?


Assinado: Palhaço.




[09/09/07]

24 de março de 2010

Ele, Eu e Ela

A boca dela é a que ele beija,
Mas é meu o lábio que ele morde.
Nos olhos dela é que ele paira,
Mas são minhas, as lágrimas que escorrem.
A pulsação dela é o que ele sente,
Mas é meu o corpo que pulsa forte.
É com ela que ele sonha,
Mas é comigo que ele dorme.
Ele arranha as costas dela,
Mas é meu o sangue que escorre.
É o coração dele que suspira por ela,
E o meu é o que sofre.

13 de março de 2010

Delírios Brancos

O meu amor é forjado no sangue quente,
Que depois esfria no vento.

O meu amor sabe mentir
E mente para minha alma todos os dias.

O meu amor não é escasso
Mas sua fonte é desconhecida.
As gotas do meu amor pingam em cada flor do jardim do meu corpo
E o meu corpo, desabrocha no escuro...

O meu amor é forte
Mas qualquer sopro ignorante o quebra.

O meu amor é tão delicado
Que deve ser levado sob a pele de quem o possui.

O meu amor é plural
E por isso, muitos não sabem que ele existe.

O meu amor é meu
É ciumento, egoísta, possessivo e único.

O meu amor é tão furioso quanto uma tempestade impetuosa
Mas é tão paciente quanto o tempo.

O meu amor é feito de delírios...
E de lírios brancos.

24 de fevereiro de 2010

Sse

Se eu me atrevesse
e você percebesse
e eu provocasse
e você me testasse
e eu te confirmasse
e você quisesse
e eu esperasse
e você viesse
e eu paralisasse
e você chegasse
e eu não respirasse
e você se aproximasse
e eu congelasse
e você me beijasse
e eu te beijasse
e você gostasse
e eu estremecesse
e você continuasse
e eu derretesse
e você me carregasse
e eu te deitasse
e você me amasse






E eu acordasse
e esse sonho acabasse.

4 de fevereiro de 2010

Ela não diz

Pois está escrito na sua alma
e seus olhos gritam pra quem quiser ouvir.

15 de janeiro de 2010

Caricatura

Os teus traços rudes, as tuas atitudes doces.
Os teus braços longos, os teus curtos suspiros.
Os teus olhos, os teus olhos.
Os teus carinhos, a tua ausência.
Os teus medos, a tua boca.
Os teus músculos, a tua fragilidade.
Os teus esforços, a tua decepção.
Os teus sussurros, o teu sorriso.
Os teus vícios, as minhas dores.