13 de abril de 2010

O Que Reluz É Vento

De tantas vidas que se passaram
Entre toda enfermidade térrea
De tantas mãos que se seguraram nos mesmos restos
Por um tempo tão infindo como memórias
De poucas bocas que desfrutaram do mesmo sabor

Tudo morre e desintegra e as vidas escorrem, a terra fétida, as mãos apodrecem, a memória coagula, o sabor gangrena.
E o pó se esconde no ar e nos becos das ruas humanas.
Tudo o que é pó desaparece.
E por menor que seja o grão, a sobra, o precipitado
Se está lá, então valeu-se a vida.
Essencialmente vida.
Morta.

2 comentários:

disse...

Ainda bem que você tem a percepção de que ainda que o pó seja pó, ele é vida. E vale.

Uhm-á!

Fran Carneiro disse...

Juro que nunca vi ninguém que escrevesse como você.
Adorei o post. E o blog.


E tudo o que há ou houve, é vida. Tudo que, de alguma forma, está em algum lugar...

:)