26 de fevereiro de 2018

Enquanto Viver

Um peixe fora d'água
Num rio de mágoas
É o ponto de parada
Das minhas lágrimas 

É o bom e simples nada
Um canto inquieto
De se acostumar 

Morrer.

Porque enquanto viver
Amar

26 de abril de 2017

Hoje não.

Hoje
Estou tao vazio
Que não quero acordar.

Mastigo todos os meus sonhos
Se formou um furacao no meu lugar.

Hoje eu não quero ser eu.
Não quero ser ou existir.
A minha vontade de sumir é tal
Que crio raízes no chão.

Eu não sei te definir
E isso me corroi.
Eu nao quero estar aqui.

Hoje é um dia a menos
Do meu calendário de dor.

5 de julho de 2016

Só um pouco

Quero sempre muito
de tudo.

Eu me inundo do mundo.

O excessivo é meu mínimo

O infinito...um amigo íntimo

A potência tem que ser latente,
a intensidade no máximo,
o impulso...visceral.

O "muito" é insuficiente.

Minhas contas são exponenciais.
E eu sempre estou incompleta...

é sufocante a insatisfação
de querer sempre mais

Qualquer coisa pouca, é devastadora.


21 de junho de 2016

Giz

Quantas pessoas o tempo já levou de mim

e meu coração não aprende a se fechar

quanto tempo, já levaram da minha alma,

as pessoas de coração fechado.


Eu sou apressada demais

ou o tempo do mundo, descompassado.


e as vezes que me alegrei

foi com medo de você partir

um novo de novo partindo

um coração de novo acabado

um pedaço de muro fechado

um muro de concreto bem alto


eu sou tão poroso quanto um giz.


o efêmero eu aprendi
depois que perdeu o sentido
dos meus sentidos infinitos


como um tormento
ou como uma paisagem

é o furacão destruidor
de extensão inalcançável

a tristeza indiferente
de quem começa tudo de novo

e o novo de novo

inclusive com o passado


é o inconstante constante

do meu tempo dilapidado.


é tão violento e rápido, quanto facilmente esquecido

são as armas do coração cansado

de tantos murros repetidos.


a celebração fúnebre do meu ritual de morte
para voltar a amar

e esquecer que aprendi, que o sofrimento,
as vezes

não vale a pena
dividir.

31 de maio de 2016

E Vai Pelo Ar

Eu estou cansada

Das suas galopadas repentinas,
intercaladas

Caladas

Das suas palavras cheias de nada
de água

Parada

Dos seus olhos perdidos nas horas
passadas

Eu não sou nada

Mais uma turista da sua breve caminhada

e me despeço com a boca cheia de lágrimas

Que o sol vai evaporar

E
Vai
Pelo
Ar