5 de julho de 2016

Só um pouco

Quero sempre muito
de tudo.

Eu me inundo do mundo.

O excessivo é meu mínimo

O infinito...um amigo íntimo

A potência tem que ser latente,
a intensidade no máximo,
o impulso...visceral.

O "muito" é insuficiente.

Minhas contas são exponenciais.
E eu sempre estou incompleta...

é sufocante a insatisfação
de querer sempre mais

Qualquer coisa pouca, é devastadora.


21 de junho de 2016

Giz

Quantas pessoas o tempo já levou de mim

e meu coração não aprende a se fechar

quanto tempo, já levaram da minha alma,

as pessoas de coração fechado.


Eu sou apressada demais

ou o tempo do mundo, descompassado.


e as vezes que me alegrei

foi com medo de você partir

um novo de novo partindo

um coração de novo acabado

um pedaço de muro fechado

um muro de concreto bem alto


eu sou tão poroso quanto um giz.


o efêmero eu aprendi
depois que perdeu o sentido
dos meus sentidos infinitos


como um tormento
ou como uma paisagem

é o furacão destruidor
de extensão inalcançável

a tristeza indiferente
de quem começa tudo de novo

e o novo de novo

inclusive com o passado


é o inconstante constante

do meu tempo dilapidado.


é tão violento e rápido, quanto facilmente esquecido

são as armas do coração cansado

de tantos murros repetidos.


a celebração fúnebre do meu ritual de morte
para voltar a amar

e esquecer que aprendi, que o sofrimento,
as vezes

não vale a pena
dividir.

31 de maio de 2016

E Vai Pelo Ar

Eu estou cansada

Das suas galopadas repentinas,
intercaladas

Caladas

Das suas palavras cheias de nada
de água

Parada

Dos seus olhos perdidos nas horas
passadas

Eu não sou nada

Mais uma turista da sua breve caminhada

e me despeço com a boca cheia de lágrimas

Que o sol vai evaporar

E
Vai
Pelo
Ar

17 de maio de 2016

divid idos

duvido da dúvida decisiva
de quem não desconfia

do conformismo dormente
de uma vida vazia

da falta latente
da sua companhia

da dúvida da vida
tão dividida, que até deus duvida

tão dolorida...


são os dias da dicotomia,

as metades repartidas

dos dois lados separados

duvidosos do acaso


com meus pensamentos de despedida

e meu estado de apatia

19 de abril de 2016

O que sobrou do agora.

Como um tiro no escuro
eu me tornei muro

de lamentações.

E no breu total
me atirei no grito - ensurdecedor
das paixões.

Como um morcego aflito
só me encontro tranquilo

de cabeça para baixo.

E no fim de tudo,
os restos do mundo
do meu coração-maquinário.

Mas ainda assim

me prefiro perdido...

do que paralítico-estático.