A tua pálida vontade
inspira o desejo de
desmontar esse castelo torto de mármore,
arranhando, mordendo e sangrando tudo que for pedra.
Tuas duas luzes azuis,
faróis de gelo aceso
como a chama do fogo;
quente e invisível.
Cercado por seus primos erros,
que não passam de teimosia soberba;
gerada dos teus reis acertos.
E não importa o quanto seja
torto, vil e até asqueroso aos meus próprios olhares.
Mesmo assim cativas a dona destas linhas vagas e inúteis.
A indiferença que respira
é intermitente; e nos momentos de contração
derrete o meu cabelo e os meus olhos de terra
com suas trêmulas mãos e luzes azuis.
E mesmo essa palidez de espírito
não me aquieta a imaginação
dos teus cabelos sol, o teu rosto lua
e o teu corpo mármore desenhando linhas tortas
sobre o meu tímido arrepio,
entregue para o deleite da noite.
E o lugar certo para o teu corpo errado é na minha boca e nas minhas mãos.
23 de junho de 2010
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