11 de abril de 2013

Carne Crua



Eu comi os restos. 
Tomei banho na chuva. 
 
Eu apaguei a lua, 
matei tudo que me fazia ser igual. 
 
Eu travei quando meus ouvidos estouraram 
Com as palavras cortadas 
Que me cortaram 
       
Eu sangrei e gostei 
Da eletricidade paralitica que correu no meu corpo 
  
Eu sou o puro, incerto 
O devaneio concreto 
E assustador 
   
Sou nua de vicio 
E me rasga em suplício 
A carne exposta da dívida a mim mesma 
Por uma resposta vestida. 
  
Vespa social 
É a carne crua da rua 
O tiro, a bala e a arma 
O suor da pele, pingando em fumaça 
é a traça, o bicho, o lixo, o nada.